sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O espírito cristão

Eu não gostaria de ser entendido como um militante de alguma corrente de pensamento. Talvez isso seja inevitável. Não sei... eu não quero defender valores como absolutos. Apenas quero falar de questões na nossa sociedade que creio que causam visíveis males a quem vive nela. Não acredito que existam atitudes nem pensamentos moralmente falhos, a menos que esses prejudiquem as pessoas. Assim sendo, quero falar sobre conceitos que, creio eu, prejudicam as pessoas.

Eu poderia falar de pensamentos religiosos de várias partes do mundo, mencionar as religiões mais diversas... a simples escolha do cristianismo é pela razão mais óbvia: eu sou brasileiro, vivo em um meio cristão, fui cristão por 24 anos da minha vida e conheço bem a Bíblia. Conheço bem o comportamento dentro das igrejas sobretudo evangélicas, da qual fiz parte (fui presbiteriano). Sem mais explicações, vou direto ao ponto. Há vários conceitos fortes no nosso meio que têm causado problemas. Eis alguns:

Lutas antinaturais

“Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me” Mateus 16:24

A primeira luta antinatural é a mais forte no cristianismo moderno: a castidade. Isso, para alguns, vai parecer um conceito ultrapassado, mas não é. Temos várias manifestações diferentes desse problema, sendo, aparentemente, todas elas danosas.

Antes de entrar nessa questão, é bom lembrar que o cristianismo vê, desde o Gênesis, o ser humano não como uma parte integrante da natureza, mas como um ser acima dela. “Façamos o homem à nossa imagem e conforme a nossa semelhança e domine sobre toda espécie vivente”. Gênesis 1.

Somos, segundo essa fé, semelhantes a Deus e donos (dominação e dono têm a mesma etimologia) da natureza. Somos os senhores sobre os animais. Não é preciso detalhar muito os resultados catastróficos desse tipo de pensamento: desflorestamento, caça desenfreada, competições esportivas baseada na dor dos animais (vaquejada, tourada, rodeio, caça esportiva etc), casacos feitos de pele retirada de maneira extremamente dolorosa etc. Religiões que vêem o homem como uma parte igual da natureza costumam incitar a uma vida em harmonia com a mesma.

Quando nos colocamos como “acima da natureza”, nos impomos também um dever moral: não seguir nossos instintos naturais, que são sujos, inferiores, “as obras da carne” (Gálatas 5), animalescos, que nos tiram da posição de senhores e nos devolvem à posição de igualdade. Devemos estar acima dos nossos instintos.

Assim, lutamos contra instintos sexuais, alimentares, linguísticos (que, segundo o Gerativismo, são também naturais) e tantos outros. Pessoas julgam outras por causa de bebida, palavras consideradas chulas ou até orientação sexual. Porque o homem é superior. Mais de 400 espécies de animais praticam o homossexualismo e isso é coisa de animal. Quando o ser humano pratica, é coisa suja, justamente porque somos mais que animais.

Não é preciso conhecer muito do mundo para saber que toda repressão leva a problemas. Sociedades sem muitos tabus sexuais não costumam ter a mesma proporção de estupros, pedofilia e tantos transtornos sexuais que a nossa. Toda repressão faz o instinto escapar por outro lugar. E não podemos arriscar... isso pode ser muito perigoso. O cristianismo prega a libertação de uma cadeia e aprisionamento em outra. Da cadeia do sexo irresponsável à cadeia da castidade. Da cadeia do alcoolismo à cadeia da abstinência (não estou dizendo que alguém que deixou o alcoolismo deve beber. Mas pessoas que não têm esse problema serem proibidas é absurdo).

E essas repressões afetam a toda a sociedade, inclusive quem não crê. Afeta a todos, pois estão mergulhados nessa cultura. Quantos ateus há que levam a vida sexual com culpa, dificuldade, porque foram educados a achar que é assim? Entendo que castidade ou abstinência alcoólica são escolhas pessoais. É problemático que alguém ache que suas conclusões servem para todos e sair pregando essa opção de vida como a única correta. Isso leva ao próximo ponto.

Pregação de valores absolutos

Certa vez, um amigo organizou um encontro para falar sobre o zen-budismo. Um amigo cristão falou que pediria a Deus para abrir os olhos dessas pessoas cegas e preencher aquelas vidas vazias. Não vou falar sobre a questão de salvação; vamos falar de assuntos palpáveis.

O cristão mediano tende a achar que alguém não pode ser feliz se não acreditar nas coisas que ele acredita. As pessoas, segundo o cristianismo proselitista, possuem um vazio em sua alma que deve ser preenchido por Jesus Cristo. Assim, ninguém pode ser feliz se não tiver chegado à mesma conclusão que levou à mesma fé que o cristão.

E a questão vai muito além da felicidade. Ela toca a moral. Assim, pessoas que não têm os mesmos valores não são somente infelizes, mas são pecadores não redimidos e pensam errado, por causa de sua suposta cegueira espiritual.

Hoje mesmo, vi um cristão – cujo mandamento principal é o amor – dizer que uma mulher que aborta é um monstro. Bem-vindos ao mundo moralista onde o sentimento do outro não vale mais do que lixo. Não estou dizendo que essa mulher que aborta está certa ou errada. Mas chamá-la de monstro sem ao menos conhecer sua história, é um bom exemplo de como não se ouve o “não julgueis” de Cristo.

Imagine uma mulher que foi estuprada, que cada vez que olha para sua barriga, chora lembrando que dará a luz o fruto da violência. Chora todos os dias por sentir seu corpo invadido e nojo por ser fecundada com a semente do homem que a invadiu e a desrespeitou como ninguém nesse mundo. Minha discussão aqui passa longe de “é certo ou não essa mulher abortar?”. Mas é de um moralismo de profunda insensibilidade olhar para o argueiro no olho dessa mulher e dizer “que monstro, abortou, matou um ser humano”. Tira a trave do teu olho!

Tudo é culpa e ameaças, como aqueles e-mails desaforados dizendo “Com Deus não se brinca” e mostrando gente que morreu por ter feito isso.

Julgamento exacerbado

“Não julgueis, para que não sejais julgados” Mateus 7.1. É, Jesus, seus seguidores não aprenderam muita coisa. Toda pessoa que age de acordo com crenças diferentes do cristianismo é pecadora e errada. Não importa o caminho que a pessoa traçou até chegar onde está. O moralismo ignora as necessidades humanas. O moralismo é insensível. Segundo o ele, o homem deve servir à moral e não a moral ao homem.

Uma pessoa, motivada por questões psicológicas profundas, necessidades básicas humanas é reduzida a uma simples pecadora. Imagino o caso de uma mulher que apanha do marido e deixa de comungar na igreja católica por ter cometido o pecado do divórcio. Outra, que passou a vida sendo ignorada pelo pai, e que sai com vários homens para sentir aquilo que mais lhe falta: o amor de um homem (não entremos na questão da eficacidade dessa opção. Atentemos apenas para a dor alheia). Essa mulher é solapada de sua posição de dor e autoestima baixa e levada à simples posição de pecadora. Nas palavras mais adequadas, puta.

Tudo gira em torno da culpa. Não crer é pecado. Sexo fora do casamento é pecado. Beber é pecado. Divórcio é pecado. Comer muito é pecado. Masturbação é pecado. Palavrão é pecado. Pecado, pecado, pecado! Respirar é pecado, se não for para a glória de Deus. E se um olho te faz pecar, arranca-o fora. Mateus 5.29. É a religião da mortificação do corpo em prol de uma suposta glorificação alma.

Ódio religioso

Este tópico será curto, pois não é preciso argumentar muito para mostrar que o cristianismo é disseminador de ódio religioso. Pastores evangélicos dizendo que a umbanda é coisa do demônio, cristãos (e não poucos) dizendo que ateus não têm bom caráter, e-mails em massa falando que o Islã está horrorizando o mundo. Saiu em um jornal dos EUA uma matéria falando sobre ateus perseguidos e até linchados em pequenas cidades do país, outros perseguidos no trabalho e até demitidos.

Sobre o Islã, é bom lembrar duas coisas: 1) o Islã convivia pacificamente na Europa, até que os católicos resolveram expulsá-los. Fizeram cruzadas em que matavam muçulmanos como quem mata baratas. Santa Inquisição, nem se fala. Depois de tudo isso, um muçulmano que não gosta de cristão é considerado mau? 2) o terrorismo causador de medo dos muçulmanos tem muito mais a ver com marketing do que com o Islã.

O cristão critica o jihad (guerra santa islâmica), mas não se dá conta do seu próprio jihad. Ele critica, persegue, censura, olha torto para pessoas que não creem e/ou não seguem o padrão de sua fé.

Eterno retorno ao sacerdote

Parafraseando Nietzsche, tudo gira em torno do poder do sacerdote. O cristão é sobrecarregado de culpas, dores, pecados, medos da condenação e está sob o poder do sacerdote. Nada melhor para dominar alguém do que dominar todos os seus prazeres e crenças sob a ameaça da condenação eterna.

O sacerdote é tão importante e tem um domínio tão forte, que se coloca entre o homem e sua divindade. O homem não é sequer capaz de confessar seus próprios pecados; deve passar pela mediação do sacerdote.

Justiça seja feita, os evangélicos não têm essa prática. Mas se engana quem acredita que o evangélico se vê em livre acesso ao seu deus, pelo fato de não precisar se confessar com o seu pastor. O pastor é o guia espiritual, que conduz seu rebanho no caminho bom (segundo ele) e que pune aqueles que transgridem a lei. Um pastor pode tomar medidas disciplinares, chegando até ao ponto de afastar uma pessoa da comunhão, momento máximo do culto evangélico, em que os fiéis se vêem na mais profunda conexão com a divindade. Se você pecar, até disso será privado.

O clericalismo não é uma maldição unicamente da Igreja Católica, apesar de ser filho de suas entranhas. O evangélico enxerga seu pastor como alguém mais próximo de sua divindade, que tem poder sobre decisões que deveriam ser totalmente individuais e subjetivas. O pastor, assim como o padre, é o representante de Deus na terra. O que Lutero falou sobre o direito do fiel à interpretação bíblica, esqueça tudo isso. A Bíblia já chega aos seus fiéis interpretada e qualquer discordância resulta em engano; qualquer engano resulta em pecado; qualquer pecado resulta em condenação eterna da alma. O clero já interpretou a Bíblia da “melhor maneira possível”. Já mastigou todo o seu conteúdo. O dever dos fiéis é engolir.

Me antecipando a certos comentários

“Você não deve generalizar”

É bom lembrar que é completamente impossível falar de um grupo sem generalizações. Quando se diz “Os alemães são brancos”, isso é uma generalização e não é mentira. Errado seria fazer uma “totalização”, dizendo “Todos os alemães são brancos”, pois há alemães negros e de outras etnias. Assim sendo, uma generalização não afirma “Todos são...” mas “Pessoas desse grupo, geralmente são...”. Sem as generalizações, não se pode falar de características de nenhum grupo. Há cristãos que não agem da maneira como falei.

“Este não é o verdadeiro cristianismo”

Não sei o que você entende por cristianismo, mas vamos lá: cristianismo é uma religião fundada pelos apóstolos (Pedro e Paulo, sobretudo), baseada no Velho Testamento e nos ensinos e morte de Jesus (e na crença de que ele é Deus e de que ressuscitou). Essa religião se desenvolveu até se tornar a religião oficial de Roma. Depois de alguns séculos, se tornou a Igreja Católica, que, depois de mais uns séculos, sofreu uma divisão chamada de Reforma Protestante. Há outros segmentos do cristianismo, mas esses são predominantes. Qualquer pessoa que se diga católica ou protestante ou simplesmente diga que crê na Bíblia, em Jesus Cristo e em um Deus triuno é cristã.

É muito fácil dizer que pessoas que agem mal não são cristãs. Assim, o cristão, mais uma vez, em seu sentimento profundo de superioridade, afirma que cristãos nunca têm mau caráter. Pergunto-me até quando os evangélicos vão se surpreender ao ver uma matéria “Fulano (evangélico) matou o pai”. Está na hora de parar de se surpreender. Pessoas de todos os segmentos matam! Inclusive cristãos!

Quando você se sentir tentado a dizer “violência não é coisa de cristão”, lembre-se da inquisição, autos-da-fé, cruzadas, salmos de guerra, linchamentos entre católicos e evangélicos (muito comuns no séc. XX e atuais em algumas cidades do interior), a briga entre a Irlanda do Norte e a Irlanda do Sul, o fato de a maioria dos presidiários no Brasil serem cristãos e não diga.

Para finalizar

Não creio que há crenças de todo ruins ou de todo boas. Mas falo do que me incomoda. Posso estar enganado, como qualquer pessoa pode. O problema do cristianismo de um modo geral é que ele não se permite engano. “Ou você crê como nós, ou está errado”. Eu não falo aqui para que cristãos deixem de ser cristãos. Quem se sente feliz assim, que o seja.

Eu me oponho, na verdade, à postura absolutizante e geradora de culpa do cristianismo. Não importam suas experiências de vida, seus sentimentos, o que mais importa para você: a regra é essa e é inflexível. Se você não a seguir, está errado e sujeito à condenação. Me oponho a essa manipulação de massas que se sentem oprimidas pela dor da culpa e se vêem dependentes dos seus guias espirituais. E me oponho, por fim, à pregação de abstinências, que deveriam ser escolhas pessoais, mas se tornam a única coisa certa a ser seguida, e cujo contrário é abominação a Deus e passível de condenação.

41 comentários:

Maranganha disse...

O que me assusta é que o antinaturalismo é comum também em meio aos Budistas, e é algo meio combatido no meio.

Priscilla disse...

Concordo em gênero, número e grau, Vilela.

Paiva disse...

Você foi muito claro! Gostaria muito de ver a resposta ao texto de algum "líder espiritual".

Padre Dimas Quinaide disse...

Provando a existência de DEUS


Qual é a evidência que os ateus têm de que Deus não existe ?
_________________________________________________

A resposta mais comum de um ateu é dizer que tentar provar a existência de Deus é a mesma coisa que tentar provar que papai noel e unicórnio-cor-de-rosa existe pois não tem como provar que algo que é inexistente inexista, mas antes que apareça um ateu dizendo que estou tentando inverter o ônus da prova , e também pra deixar mais claro ainda qual é a diferença entre o ateísmo e o teísmo, vamos usar a mesma pergunta , feita aos ateus , mas com a pergunta feita aos teístas:

Qual é a evidência que os teístas têm de que Deus existe ?
_______________________________________________

Eu,como ex - ateu , posso afirmar que essa é a diferença crucial entre os teístas e os ateus ,enquanto que eles não possuem nenhuma evidência da inexistência de Deus, nós sabemos que existem não apenas uma , mas várias evidências da existência Dele.

Além de o argumento da contigência , Cosmológico,Teleológico / Sintonia Fina e Moral apresentados por Craig no tópico do membro Isaías na comunidade ENAA, que está no link acima, que aliás , recomendo a qualquer um a ver , também existem provas concretas da interação entre Deus e o ser humano, essas provas são acontecimentos que estão fora da lógica conhecida pelo ser humano, são comumente mais conhecidos como milagres.
Abaixo , postei uns vídeos com milagres comprovadamente verídicos , e analizem bem se é logicamente possível :

O ser humano não é capaz de fazer milagres sozinho

Padre Dimas Quinaide disse...

Onde o ateísmo que ele tanto defende se encaixa com a sua visão de interação entre os seres vivos e o macro universo?
Na verdade ,esse seu trecho revela que ele acredita em um ser superior que rege os cosmos e nem sabe. O que ele disse se encaixa na visão panteísta de "Deus".
A sua única contradição nesse trecho foi dizer que "Deus" não está metido nisso , pois como ele mesmo disse , há uma interação do poder infinito de determinação e força do próprio ser humano com o "macro universo", ou seja , o "macro-universo"atendeu o desejo desses seres humanos de serem curados , e os curaram, os seres vivos dependem desse "macro universo" pra tudo, sem Ele, é impossível haver vida , aliás, tudo existe por causa Dele.
É assim que um ateu começa a virar teísta, primeiro ele vê que milagres acontecem, depois ele vê que é necessária uma interação com o ser supremo regente do universo , sem essa interação , ele vê que não pode fazer milagres , e mentaliza sua vontade diretamente a Deus, ou por meio de uma oração, ou por meio de pensamento ou meditação

Maranganha disse...

Sinto cheiro de espantalho que copia e cola textos de fóruns, como na escorregada aqui Além de o argumento da contigência , Cosmológico,Teleológico / Sintonia Fina e Moral apresentados por Craig no tópico do membro Isaías na comunidade ENAA.

Caro padre, tem alguma consideração a fazer "com suas palavras?"

Alyson Vilela disse...

Padre, o que o você está fazendo é a chamada falácia do espantalho. Você está tentando desviar o foco da conversa para um lado que eu nem sequer mencionei. É verdade que eu sou ateu, mas esse texto não tem nada a ver com Deus existir ou não. Estou combatendo nele certos aspectos do cristianismo cristianismo, não Deus. Mais uma prova da arrogância cristã é colocar relação de dependência entre a divindade e sua fé.

Sobre os milagres, todos sabemos que tudo o que a ciência não explica hoje, o homem chama de milagre. Há coisas que eram tidas como milagres há 100 anos, que hoje a ciência explica e é entendido como perfeitamente natural. Mas repito, esse não é o foco do texto. Você é cristão e seria legal você se ater à crítica que faço a certos princípios de sua fé.

Padre Dimas Quinaide disse...

Félix Moranguinho
joguei aqui um texto meu usado em uma comunidade de discussão como combater ateus.

Alyson
Porque você é ateu? Todo ateu acredita em Deus nem que seja um pouquinho. O texto fala sim da existência de Deus. Você usa a Bíblia para combater a Lei de Deus. Quem combate o Cristianismo, combate Deus.
Quanto ame chamar de arrogante. Sabia que dá proceso e dá cadeia chamar de arrogante? Desrespeitar a Grande Religião de Deus é desrespeito. Sempre que um ateu critica o Santo Cristianismo ele desrespeita os cristãos.

Os milagres na época de Jesus foram analisados por pessoas sábias e cientistas da época, que sabiam o que era e o que não era milagre. Eles eram cientistas. E aí?

Alyson Vilela disse...

Uma pessoa que acredita em Deus poderia ter escrito esse texto. Um muçulmano acredita em Deus e pode criticar o cristianismo. Não é preciso ser cristão para acreditar em Deus. E nada do que eu disse no meu comentário pode me levar à cadeia. Disso não tenho medo.

Daniel Martins disse...

"Desrespeitar a Grande Religião de Deus é desrespeito"
A única coisa lógica que ele falou.
Sim, desrespeitar seja lá o que for é desrespeito.
Mas, aonde ele desrespeitou?
Existe no estudo científico, e até em alguns setores populares, algo chamado crítica: dar um veredicto do objeto a partir de estudos conceituais e paradigmáticos.
É o que um crítico de cinema faz, por exemplo.
É o que um filósofo faz, ao escrever um artigo livro baseado em escritor x ou y, independente de ser contra ou a favor.
A crítica é o que movimenta a ciência.

"Sempre que um ateu critica o Santo Cristianismo ele desrespeita os cristãos."

O que vc escreveu sobre o ateísmo e sobre o ateu é uma crítica, baseada em algumas falácias, mas é.
Assim como o que vc disse sobre milagres comprovados por cientistas da período e outros casos é também uma crítica.

Não houvesse a crítica(e a auto-crítica) o computador que você usa ainda estaria com o primeiro sistema operacional criado.
Sem criticar a revolução industrial e nosso modelo de vida baseado no consumo, continuaremos causando e contribuindo em mudanças climáticas.
A falta de auto-crítica na igreja católica é uma das responsáveis pela grande perda de fieis para o protestantismo desde 1500. Protestantismo esse que é nada mais que uma crítica ao modelo católico.
Sem a crítica, a sociedade não evolue.

Anônimo disse...

"sem a crítica, a sociedade não EVOLUI"!!!, com i.

Maranganha disse...

"evolui", "evolue", entendi a mensagem de todo jeito.

Daniel Martins disse...

Sim, evolui. Grato.
Agora, é sintoma comum quando alguém está sem argumentos nos debates em blogues e afins que vi(seja teísta ou ateísta), apelar para a correção gramatical, tentando se sentir superior ou sei lá o que. Parabéns. Não mudou merda nenhuma no meu comentário.

MBA disse...

Aqui, ateus, a maior prova de um milagreiro. Lhes apresento a Reencarnação de Jesus Cristo. Não dá pra explicarar coisas que ele faz. :D

MBA disse...

"Sempre que um ateu critica o Santo Cristianismo ele desrespeita os cristãos."
Sempre que um crente critica mesmo que sejam teorias científicas com falacias crentes, ele desrespeita não só a minha, mas a inteligência de toda humanidade.

Então "Sabia que dá processo e dá cadeia chamar de arrogante? Desrespeitar a Grande Religião de Deus é desrespeito." vale pra você também. :D

Por favor, chamar a si mesmo de ex-ateu? Isso pode funcionar pros crentes pensarem que tu fez algum tipo de peregrinação pro deserto e voltou vitorioso, mas estamos entre ateus, ninguém cai nas suas falácias, cara. =/




"Os milagres na época de Jesus foram analisados por pessoas sábias e cientistas da época, que sabiam o que era e o que não era milagre. Eles eram cientistas. E aí?"
Exato. Por exemplo, antigamente os cientistas, quer dizer, alquimistas, descobriram diversos elementos e funcionamentos da natureza que futuramente levaria ao surgimento da química. Os grandes objetivos da Alquimia eram a descoberta da Pedra Filosofal que transformaria metais básicos em ouro. Também dizem que eles ainda buscavam o elixir da vida eterna.

Perceba que eles queriam descobrir algo, provavelmente, algum fulano disse "Seria legal a gente viver pra sempre ou ter uma pedra que transformasse tudo em ouro". Eles focaram um resultado, e buscaram os meios de se chegar ao que queriam, e definitivamente não se basearam em provas empíricas e/ou fortemente testadas e comprovadas para saber que essas coisas realmente são possíveis.

Além disso, estamos falando de pessoas "da época", as mesmas que achavam que o mundo era plano, que acreditavam na existência de monstros marinhos, que achavam que a Terra era o centro do universo (Posto que na verdade pertence ao planeta Eternium), entre tantas outras coisas que hoje sabemos serem falsas, pois foram comprovadas pela ciência moderna.

Nihil Lemos disse...

Ótimo texto! Não mudo uma linha do que disse, Alyson.

Fui católico até aos 17 anos e se como é.

Padre Dimas Quinaide disse...

Vocês perseguem católicos. Sou grato aqueles que perseguem a nossa igreja, pois é por causa deles que nos criamos forças!

Nós que estamos certos porque somos criticados.
Mas como o propio cristo disse

"...Amardes e orardes por aqueles que vos perseguem, poís se so amarem aquele que vos ama, qual recompensa terão..."

Vou rezar por todos vocês e entregar na mão de Deus Pai e Cristo!

Alyson Vilela disse...

Nos entregar a Deus? Você há pouco queria me processar.

Alyson Vilela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Padre Dimas Quinaide disse...

Eu disse que ia te processar? Te entreguei a Deus, para que seu corpo seja mortificado e sua alma seja salva.

Leandro Gonçalves do Rosário disse...

Incrível a habilidade de pregadores cristãos de, ao se defenderem de críticas, confirmarem exatamente os fatos apontados por aqueles que os estão criticando!
Vejam o exemplo do Padre Dimas: trata o cristianismo como a única verdade possível, age como se estivesse sendo desrespeitado por não concordarem com ele, quando ele também, pressupõe-se pelo que consta nos livros sagrados de sua fé, fará, ou faz, uso de críticas a outras religiões. Sua postura atesta veementemente aquilo que motivou o autor do texto: a arrogância de cristãos que se acham donos da verdade. E ele não enxerga sua própria postura como um problema a ser criticado!
Como um ser de tamanha pequenez intelectual se julga habilitado para conduzir os outros em questões que envolvem moral?

Maranganha disse...

Musiquinha da Xuxa:

"Pipoca... aaaaaah! Cheiro de pipoca tá rolando no ar. Pipoca... uoooba!
Comendo o dia inteiro esparramando no sofá."

Tá melhor que cinema. Já temos um católico precisando de amansa-louco, só falta um evangélico maluco aqui.

Anônimo disse...

Padre Dimas Quinaide disse...

Félix Moranguinho


EU RI

Rafael Baêta disse...

Artigo Genial, simplismente genial.
O Padre Dimas veio aqui corroborar todo o texto. Não aceita ser contrariado, considerando isso uma afronta, uma ofensa, ironicamente (ou convenientemente) ele tem toda liberdade pra contrariar. Quando não tinha mais argumentos sólidos, apelou para ameaças; AMEAÇAS (algo notóriamente cristão, possivelmente este seja o amor que todo cristão deve dar ao próximo). Quando as ameças não funcionaram, se fez de vítima.
O principal problema do cristãos é não aceitar que as pessoas tem liberdade de escolha, principalmente pra escolher não seguir o cristianismo. Segundo Padre Dimas, o cristianismo tem que ser imposto a força (como sempre foi) ao contrário de ser oferecido.
Padre Dimas, se você escolheu se limitar tanto, não queira que as pessoas também se limitem como você.

Vou terminar com um pensamento, não é de minha autoria, mas é muito interessante de ponderar:
"Quanto mais sábios nos tornamos mais somos capazes de contradizer nossas próprias idéias. Quanto menos sabedoria temos, mais nos agarramos às próprias idéias. As pessoas mais sábias têm boa vontade em se submeter aos outros. Já a pessoa mais ignorante está sempre pronta a teimar, a sustentar suas próprias idéias. Isso porque a pessoa sábia pode abrir mão mais facilmente de seu pensamento, enquanto que o ignorante mantém-se agarrado a ele. É por isso que ele não se torna sábio, porque está preso às proprias idéias, e é por isso que não progride"(Hazrat Inayat Khan)

Daniel Martins disse...

Fazer papel de mártir não vai funcionar em um debate intelectual, "padre".

Alyson Vilela disse...

Meu corpo seja mortificado e minha alma seja salva, padre? Igual aos índios e judeus na fogueira?

Alyson Vilela disse...

Meus amigos, vocês enriqueceram muito isso aqui. Agradeço a participação de cada um. Seus comentários ajudaram muito; principalmente o padre Dimas, que deu a comprovação científica para aquilo que eu escrevi.

Padre Dimas Quinaide disse...

Se for pedir muito? Quero que minhas intervenções serjam apagadas, pois tiveram pequenos problemas lógicos neles que eu gostaria de corrigir. Se não poder, eu entendo. Vou rezar por sua alma.

Nihil Lemos disse...

Resumindo o que o padreco quis dizer no seu último comentário: fiz cagada e queria corrigir.

Alyson Vilela disse...

Seus comentários aqui valem ouro, padre. Eles provam uma parte da minha tese nesse texto. Mas fique à vontade para postar o que quiser e dizer no que você quer se corrigir.

Gabriella Guedes disse...

Bom, confesso que não li todo o artigo, pq acho interessante responder por partes. Só fico feliz com o despertar pq o ateísmo é realmentemente necessário para se aproximar do verdadeiro Criador. Milagres de fato não existem! Tudo acontece a partir da manipulação dos elementos químicos que existem na biosfera. Tudo depende apenas do alcance que temos, do quanto desenvolvemos a inteligência, para compreender as sutilezas das reações químicas e suas consequencias. Uma pena que as grandes e pequenas religiões tenham afastado a Ciência da Religião, quando as duas devem andar de mãos dadas. Quanto mais racionais somos, quanto mais desenvolvemos as nossas inteligências, mais nos aproximamos de Deus. E se vocês ainda não observaram por esse ângulo, conheçam as obras dos cientistas: Max Plank, Charlis Darwin, Carl Sagan, Albert Einstein, Augusto Cury... Só pra começar.

Alyson Vilela disse...

Interessante seu comentário. Alguns desses caras que já li e é interessante. Só tiro da lista Augusto Cury... esse só fala coisa óbvia.

Quanto ao texto, ele não entra no mérito da existência de Deus. É uma crítica ao cristianismo. E respeito a maneira como você colocou as coisas. A sua divindade não depende de padrões moralistas para existir.

Ana Vogeley disse...

Impressionante como a própria Igreja usa o nome de Deus em vão, né?
Ninguém nem falou nisso... a não ser o padre. Questionava-se, aqui, incoerências institucionais da Igreja, que, por sinal, muito bem expostas, mas sempre, diante da falta de argumentos, a conversa é levada pro lado da fé, claro.

Juliano K. Silveira disse...

Eu sou pastor luterano em SP, e de forma pessoal aceito a maioria das críticas de Alyson, algumas não aceito, mais por fé que por realidade, mas o que referem ao comportamento dos cristãos não desdigo. Não sou perfeito tento acertar sempre mas como qualquer pessoa senti que eu estou encaixado na boa parte das críticas do autor deste texto. Até chego a agradecer a ele por isso.

No tópico das lutas antinaturais ressalvo para o fato de ser uma época diferente da nossa a dos judeus por isso algumas regras estranhas para nós eram comuns para eles.

O tópico dos valores absolutos considero interessante. Aceito os valores absolutos por que sem eles minha fé desaba. Mas repudiu a posição do absolutismo de valores para degrada, denegrir e diminuir o outro. No cristianismo o amor deve estar sobre de qualquer valor. Quem peca mais? Quem não demonstra amor ou quem usa drogas?

O julgamento exacerbado é uma luta diária. Confesso que as veses erro nesse ponto. Notei isso em mim. Corrigir em mim mesmo.

O tópico do ódio religioso está minha discordância pois é uma generalização. Eu sei que você alertou a isso no final mas é como penso.

O tópico dos sacerdotes é uma luta evitar ser um sacerdote no meio que todos te querem como sacerdote. Prestar atenção nisso também.

Agradeço ao Alyson que expos em um texto tudo aquilo que preciso saber sobre mim mesmo para mim corrigir.

Orarei por sua alma por ser ateu? Sim eu orarei. Mas você falou verdades isso não posso negar.

Alyson Vilela disse...

Quero deixar aqui meu elogio ao pastor Juliano. Não dou os parabéns porque ele concordou comigo em certos pontos... não é isso! Mas sim, porque o cara sabe falar, é civilizado; critiquei práticas presentes na religião dele e ele deu os argumentos dele, às vezes concordando, às vezes discordando, nunca me ameaçando ou usando de falácias, como o padre fez.

Sobretudo, ouviu as críticas, analisou, julgou o que seria uma crítica útil para ele e o que não seria. Mesmo que ele tivesse dito que nenhuma dessas críticas o tocam individualmente, só o fato de analisar e argumentar educadamente já mostram que ele sim sabe discutir.

Quanto aos valores sexuais, pastor, sim, concordo com você. Os valores bíblicos são de outras épocas. Mas sabemos bem que o evangélico em geral acredita no emprego desses valores literalmente até hoje. E não só o rebanho, como a maioria dos pastores.

Antônio Cavalcante disse...

Gosto de seus textos, porque provocam reflexão e debate. Aproveito para convidá-lo para conhecer meu blog mitosemetaforas.blogspot.com, recomendando a postagem "Chico Pedrosa, de Guarabira para o mundo" (janeiro/2011), na qual nosso poeta popular recita o impagável "O filósofo Zé Gogó". A qualidade do vídeo não é boa, mas tenho um DVD de Chico Pedrosa que, se você ainda não tiver, posso conseguir para você. Chico Pedrosa influenciou e influencia poetas/humoristas, a exemplo de Jessier Quirino e, ao seu modo, não deixa de ser também um artista do stand-up. Um abraço.

Bruno Ribeiro disse...

Alguns pontos.

1. Não cheguei a ler os comentários todos. Talvez alguém já deva ter tratado do que vou tratar aqui. Simples:

2. Mesmo tendo pretendido "antecipar" certos comentários, é interessante destacar que nesse caso houve uma generalização grosseira, principalmente em termos de Cristianismo. Como diz C. S. Lewis, as vezes parece complicado falar que Católicos, Ortodoxos e Protestantes são do mesmo "bolo". Sendo assim, quando se generalizar sobre o cristianismo não é a mesma coisa que generalizar "qualquer grupo social" pq estamos falando de um grupo que é, em si mesmo, heterogêneo por vida.

2. Claro: cristãos erram. Religiões cristãs erram. Quer mais barbaridade do que o cristianismo medieval fez, por exemplo? Inquisição, etc. Por outro lado, se não fosse o grupo cristão Metodista no séc. 19, talvez a escravidão tivesse durado muitos e muitos anos. O que quero dizer com isso é que colocar o cristianismo no banco do réus e dar o veredito de bom ou mal é algo muito tosco. É de um reducionismo ruim. Como todas instituições sociais de profundidade histórica e impacto cultural, não pode ser reduzido a um definitivo "é bom" ou "é mal".

3. O fundamentalismo ta em todo canto. Não é algo exclusivo do cristianismo. Quer algo mais fundamentalista do que o livro "Deus um delírio" de Richard Dawkins? Ou quer coisa pior do que as perseguições promovidas por Mao Tse-tung, Stalin, Pol Pot, Tomás Garrido Canabal e Enver Hoxha perseguiram, mataram, exterminaram (e outros adjetivos do tipo) milhares de cristãos em pleno século 21?

4. "O ateísmo não tem nada a ver com isso”, diz a superioridade ateia. Mas não se dão conta de que Enver Hoxha, por exemplo, foi líder do primeiro Estado oficialmente ateu do mundo, a Albânia. É bom de vez em quando dar uma lida na Constituição daquele país a fim de verificar o que Hoxha pretendia/fazia/idealizava com os cristãos em nome do ateísmo (http://migre.me/54N6P).

5. De qualquer forma, isso não prova que os ateus são a desgraça do mundo. Só mostra que pontos que foram comentados nesse texto independem de raça, cor, sexo, religião. Se alguém pensa mesmo que uma pessoa acha uma mulher que aborta um monstro (e ela acharia isso porque é cristã), é um tipo de simplificação e maniqueísmo que acho muitíssimo problemático.

6. Não quero com isso atenuar o erro dos cristãos (ou dizer que os ateus são mais perversos) ou algo do tipo. É apenas pra refletir que o fundamentalismo e o etnocentrismo tem origem na natureza humana, não na religião (quer alguém mais etnocentrista ou que ache sua creça "superior" do que Richard Dawkins e outros neoateus?).

Bruno Ribeiro disse...

7. De qualquer forma, o texto apresenta muitas verdades Allyson. Cristãos generalizam sim. Se consideram superiores. Como evangélico, já vi várias pessoas dizerem que os mulçumanos e o pessoal do candoblé são filhos de satanás, entre outras coisas. Não escondo isso e a crítica encaixa bem. Mas também nas igrejas evagélicas já ouvi várias vezes pastores dizerem que devemos respeitar os homossexuais porque eles são pessoas dignas de respeito tanto quanto um cristão (mesmo as pessoas não acreditem, mas foi nas igrejas evangélicas que aprendi a perceber como um homossexual sofre na nossa sociedade vítima de preconceito. E foi em igrejas evangélicas coservadoras, viu?). Isso mostra como a coisa é mais complexa do que "cristãos são isso ou aquilo". Acho que seria mais apropriado dizer que nós cristãos somos humanos. E como humanos, estamos sujeitos aos erros e falhas de qualquer outro ser humano.

Lourenço Neto disse...

Inicialmente:

Uma vez estando "destituídos da Glória de Deus", como consequência pelo pecado original, o homem "caído" vaga pelo mundo dominado por seus "delitos e transgressões", isto é, sua natureza caída, sua alma pecadora e carente da Graça.

Todos tem consciência disso, e sentem remorso ou repugnam atos de grande maldade, absurda imoralidade, em qualquer parte do mundo. Trata-se dos conceitos de morais objetivos, inatos à humanidade, que, apesar de caída, ainda guarda imagem e semelhança com o Criador, que é santo, santo, santo. A luta antinatural, na verdade, é da própria natureza humana, pecadora e caída.

Os cristãos, após a ressurreição de Cristo e o derramamento do Espírito Santo, o qual teve como marco inicial o Dia de Pentecostes, tem, nessa luta, um aliado fiel. O Espírito de Deus, presente em nós, molda diuturnamente a nossa alma caída, nos assemelhando, pouco a pouco, a Cristo. O mesmo Espírito nos faz rejeitar as impurezas deste mundo, ou faz-nos arrepender profundamente, quando nos entregamos à elas. Apesar disso, somos cientes de que, uma vez praticando novas transgressões, não estamos condenados, mas salvos pelo arrependimento e pelo perdão de Cristo, pois "onde abundou o pecado, superabundou a Graça". Logo, não há que se falar em "medo de condenação", pois, cremos que "não há condenação pra os que estão em Cristo".

Trata-se de uma luta sem fim neste mundo. Esta obra só será completa quando mortos, ressuscitarmos com Cristo e recebermos um novo corpo glorificado, aqui, o máximo que podemos conseguir é, moldados pelo Espírito, ser como uma folha de papel amassada, buscando voltar ao normal. O que nos consola é o Espírito, que constantemente nos leva ao arrependimento, que gera o perdão. A luta é base da fé cristã, sem ela, não há como crer nos ensinamentos de Cristo.

Note: todo Cristão genuíno, possui o Espírito Santo e por ele é guiado, não basta frequentar uma Igreja, ou mesmo crer racionalmente na fé cristã, deve haver um marco sobrenatural de ação divina, fazendo daquele homem uma "nova criatura" consciente de tudo isso. Trata-se de uma experiência pessoal e única, nunca totalmente visível aos olhos de outros homens. Logo, cabe-nos conviver com todos, sem julgamentos, aguardando que Cristo venha separar o joio do trigo.

Alyson Vilela disse...

Sobre o comentário anterior:

As afirmações "vamos viver sem julgamentos" e "até ser separado o joio do trigo" são excludentes. Há também insinuações de que os cristãos se arrependem dos seus erros mais do que os outros. Também que os cristãos têm algo maior que os outros não têm (que seria o Espírito Santo). E confirmou também aquilo que eu disse de que cristão acha que o verdadeiro cristão nunca pode ser mau.

Enfim, este último comentário veio comprovar o que eu disse no meu texto.

Lourenço Neto disse...

Quem viverá sem julgamentos somos nós, seres humanos. Quem separará o joio do trigo será Cristo, em sua volta. Então, não há qualquer excludente.
O ponto central da divergência: o que foi dito no texto: "Quantos ateus há que levam a vida sexual com culpa, dificuldade, porque foram educados a achar que é assim?". O que foi dito no comentário: "A luta antinatural, na verdade, é da própria natureza humana, pecadora e caída." Logo, defendo que nossa moral é objetiva, não é culpa da educação cristã. Trata-se, na verdade, de um dos argumentos para existência de Deus, elencados, dentre outros, pelo filósofo cristão William Lane Craig, o "argumento moral".
Com relação aos demais aspectos do texto, alguns são até válidos, mas não servem como enfrentamento ao espírito cristão, pois trata-se, na verdade, de algo que o cristianismo bíblico prega. Enfim, acredito que esse infeliz texto foi mais preconceituosos e "julgador" do que o cristão mais caricato que o autor pôde desenhar, não constituindo aspectos do verdadeiro espírito cristão exposto na Bíblia. Ser ateu, apenas sem se preocupar em crer, sem partidarismos, mas simplesmente negando tudo, menosprezando discussões religiosas, é uma forma de vida. Agora, ser ateu militante, fazendo do ateísmo uma verdadeira religião a servir de mote para críticas reiteradas ao cristianismo, é pueril e, para tanto, exige um estudo aprofundado da fé cristã, não uma interpretação superficial.