quarta-feira, 16 de abril de 2008

Conversas paralelas

O que é isso??? Que desespero!!! Está um grupo de cinco amigos conversando (inclusive eu)... um deles resolve se desviar da conversa e estabelecer um diálogo paralelo... justo comigo! Meu cérebro é masculino: não consegue ao mesmo tempo cortar unha e ver TV; ou então comer e ler; ou comer banana com goiaba e cagar, mesmo que misturado com Activia!
A pessoa pode até achar que existe uma conversa mais interessante do que a coletiva, ok... e ele tem várias opções para reverter isso... sugerir que se mude de assunto... esperar acabar o assunto e mudar... deixar meu pobre cérebro à beira de um colapso.... e esta parece ser uma boa opção às vezes.
Aí eu fico com uma orelha em pé num assunto e no outro e, no final das contas, não penso em mais nada... minhas respostas não condizem com a conversa, ouço a pergunta de um lado e respondo à pergunta de outra pessoa... outra vez o cara me perguntou:

- E aí Alyson? Já assistiu ao filme?

“Sim, e não consegui tirar os olhos da personagem principal, tamanho era seu charme e beleza” foi minha resposta sobre Tropa de Elite.
Na verdade, quando alguém me puxa para uma conversa paralela e me conta algo do tipo:
- ...aí começou a chover. Como eu sou tranqüilo, esperei numa parada de ônibus. Um idiota passou com o carro e me molhou todo. Só de pensar nas sujeiras da lama... argh... que você sabe que é uma imundice. Ei, está me ouvindo?
Eu escuto:
- Bla bla bla bla. Eu sou bla bla bla bla um idiota bla bla bla de pensar bla bla bla que você bla bla bla está me ouvindo bla bla bla (???)
Isso é típico de conversa de mulher! Elas escutam mil assuntos ao mesmo tempo e conseguem entender tudo. Quando homens conversam, eles só têm certeza de uma coisa: querem falar no assunto até encerrar. Quando mulheres conversam, elas só têm certeza de uma coisa: nenhum assunto se encerra, ele cria pontes para novos assuntos. Aliás, o primeiro assunto da noite sempre será encerrado no final da noite... será o último tópico a ser encerrado.
A própria palavra mulher vem do latim mulier. Muli significa “pessoa” e er significa “que muda de assunto p’ra cacete”. Mas homem também tem a ver com isso. Homem vem da palavra latina homo, que significa “por favor, uma coisa de cada vez”. Depois acrescentaram a palavra sapiens, que significa “mexe mais e fala menos”.
A partir de agora tenho uma meta com relação a quem me puxa para conversa paralela... vou providenciar um aparelhinho igual a coleira anti-latido: cada vez que tentar cruzar conversa, choque no gogó!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sem título

Bem pessoal, humorista também chora... poeta também faz humor... enquanto isso, Alyson faz blog.
Quem nunca se sentiu assim?
OBS.: este blog continua sendo de humor. Só que, dessa vez, não consegui extrair humor do drama da vida-morte.

Quantas vezes já pedi
E Deus se recusa a tirá-la
Quantas outras desisti
E ele não quis aceitá-la

Leituras, culturas, farturas,
O lingüista que entende
O humorista que entretém
O homem admirado
Por alguns e outros mais
Mas sendo rejeitado
Por si mesmo e por não pouco
Nestas linhas em que jaz!

É culto, inteligente ou sábio
O lingüista que quer saber?
Acaso tem algum poder
O poeta que quer comover?
É divertido o humorista
Que faz rir, mas não sorri?

Porque lingüista e humorista
Rima com pessimista
E p'ra um poeta sem ação
Rima pobre é tentação.

Muitas vezes já pedi,
Deus se recusa a interromper
A vida que eu escolhi
E que não quero mais viver.


Fiquem à vontade para analisar poeticamente (mais do que pessoalmente) o material.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O desabafo do sertanejo

Este texto não segue exatamente a linha dos outros, mas é uma crítica do mesmo jeito e com humor na pequena crônica que está inclusa.
A gente fala, fala, organiza o pensamento, segue regras claras (mesmo que estas regras não condigam com a norma culta), e vem algum metidinho a besta dizendo que algumas pessoas falam errado e outras falam certo. Eis aí o desabafo (e com razão) do sertanejo:

“Qual é o pobrema? Quando eu morava nos interior, achava que falá era só falá mermo. Despois que cheguei aqui na capital, discubri que tem um mói de jeito de falá. Só que o mais pior é que discubri que o jeito mais errado é logo o meu.
Discubri que eu sou muito burrim e burrinha também é mãe que me insinô a falá. Que diga, pensa que insinô, pruquê os povo da capital diz que nóis num sabe falá. Eu pregunto: falá selve pro mó de quê? Eles diz: pra tu dizer o que tu quer. É istrãi dimai! Pruquê eu sei dizer o que eu quero, mas eles diz que eu num sei falá.
Cono eu digo “nóis vai” eles diz que é errado, cono eu digo “avoar”, eles diz que é errado, “despois”, errado, “entonce”, errado, “cuma?”, pobi d’eu!
Parece que é um tal dum livro – dramática-patrão (??), sei lá – que sabe falá, mas nóis num sabe. Num sei como esse povim véi doido num inventa livro pra ensinar a piscar os ói, a andar, a cumê (já que já tem o que insina a falá), pruquê eu acho que até os ói nóis pisca errado!”

Estudem gramatiqueiros de plantão! Tudo na língua tem um motivo... mas é mais fácil dizer que está certo ou errado do que estudar os motivos, né?...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Elegantes importados

Interessantes esses nomes internacionalizados postos para dar “elegância”, igual à elegante e enorme flor na lapela do Falcão, com seu paletó colorido e sua linda música “Ai loviú tunaite”. Nomes made in USA, cujo uso é desconhecido pelo pobre portador brasileiro e pela mamãe e papai que o escolheram.

Exemplos? Tem de sobra! Nick. Putz, Nick é apelido de Nicolas. Mike. Não seria Michael? Johnny. Ok, apelido de John. Jimmy, que deveria ser Jim, que, por sua vez, deveria ser James, se os pais não fossem tão carinhosos na hora de registrar. Todos são nomes que, de fato, conheço. Imagina se o Brasil fosse a grande potência mundial exportadora de filmes (e de apelidos transformados em nomes oficiais). Creio que em alguns países pobres e de população pouco instruída não faltariam menininhos e menininhas chamados Zé, Chica, Quinzinho, Quinho, Manu, Coca (com o O fechado) ou Tetê.

Imagina alguém falando em outra língua e metendo um nome desses no meio (e já que a hipótese é de que o Brasil seja uma grande potência, vamos tomar por pobres alguns países ricos). A mamãe francesa preocupada com a filha correndo na rua: “Attention aux voitures, Zefinha!”. Ou o papai inglês dizendo ao filho para apagar a luz: “Turn off the lamp, Mané”. Mais interessante ainda seria o chefe japonês dando bom dia à secretária Vivi: “Konnichiwa, Bibi-san”. Pobre menina, recebeu um nome com um fonema que nem sequer existe em sua língua materna... alguma semelhança com o Brasil?

O nome completo e oficial de Zefinha seria Zefinha-Hélène Pinot. O garoto inglês se chamaria Mané James Smith. Vivi, apesar do seu nome oficial ser o apelido Vivi (Vivi Hatsumoto), receberia como apelido do apelido, o.... enfim apelido “Bi-kun”, para os familiares e “Bibi” para os amigos. O namorado, apaixonado, faria o maior esforço para pronunciar a quase impossível fricativa V. Passados 30 anos de casado, chamaria “kasete bibi hanasenai”, que significa “que merda de honorável nome difícil”.

A verdade é que, do mesmo jeito que o apelido ganha apelido – Zefinha seria Zéfy, Mané seria Maney, e Vivi... complicação –, aqui também nos damos este privilégio, como Kiko, de Nick ou Jiminho de Jimmy.
Elegante e bonito mesmo é aquele nome que não tem K, W nem Y, consoantes duplas ou qualquer letra que não se pronuncie conforme a ortografia portuguesa. Abaixo os nomes internacionais, com letras duplas ou K, W e Y!!! Ass.: Alyson Vilela (bem que poderia ser Villela).